segunda-feira, outubro 16, 2006



Como disse uma vez o grande poeta Drummond: "A pior ausência é aquela que podemos tocar com a mão."



quarta-feira, outubro 11, 2006

O Pássaro da Alma

Em um “passeio” pela internet.
Passeio este corriqueiro de noites insones.
Entrei ao acaso em um blog de uma portuguesa de Aveiro chamada Cris e acabei lendo um texto lindo que ela escreveu sobre uma conversa dela com o filho João de cinco anos.
O Pássaro da Alma...
Também tenho um João na minha vida.
Mais ou menos com a mesma idade...
Sobrinho lindo que me faz dormir com carinho no rosto enquanto eu deito do seu lado pra "ele" dormir.
Criança especial que imaginei me contando a mesma história.
Me olhando com aqueles olhinhos doces de longos cílios...

"Foi o teu Pássaro da Alma que abriu a gaveta de estar zangado?"

Esta tinha sido a pergunta do João de Portugal pra sua mãe, pulando no seu colo, quando, por algum motivo esta acabou sugerindo umas palmadas.
Surpresa, sem entender o que significava aquela pergunta, continuou sugerindo umas palmadas.

“Foi o teu Pássaro da Alma?”

Insistia o pequeno.

“_ Que conversa é essa?
_ Tu não sabes que vive um pássaro dentro de nós? Eu conto-te mamãe! Ele chama-se Pássaro da Alma e vive em um sítio muito fundo dentro do peito das pessoas... foi a Mafalda que nos contou hoje...
_ E esse sítio... ?
_ É a nossa alma mamãe! E lá, no fundo dela, existem muitas gavetas... a gaveta de estar zangado, a de ficar contente, a de ter sono, de ter fome, a de ficar triste, a de chorar... e até as gavetas de ter vontade de dar coisa às pessoas!
_ Que coisas filho?
_ Beijinhos... queres um? Se eu te der um beijinho pode ser que o teu Pássaro da Alma feche a gaveta de estar zangado...”

Imagino seus olhinhos, sua carinha de menino esperando da mãe uma resposta. Uma resposta que confimasse esta história linda contada pela "Mafalda".

“O Pássaro da Alma já fechou a gaveta do estar zangado, mas disse-me que voltava a abrí-la se tu fizesses asneira outra vez... Por isso vamos lá a pensar os dois no que havemos de fazer para o Pássaro da Alma só abrir as gavetas das coisas boas... O que achas?
_ Mas eu já sei! Olha, não podemos trancar as gavetas sem ele ver, porque as gavetas não têm chaves, mas podemos ter vontade de fazer as coisas bem e o Pássaro da Alma passa as coisas boas para as gavetas de cima e esquece-se das gavetas de baixo, onde ficam as coisa más... Ele gosta de beijinhos e tu também. Eu dou-te muitos beijinhos, não faço mais asneiras e pronto!
_ Combinado! Vamos lá ajudar o Pássaro da Alma a arrumar as coisas boas nas gavetas de cima! Dá cá um beijo grandeeeeeeeeeeee!”


Não consegui disfarçar um sorriso quando acabei de ler esta história.
Pensei no "meu" menino.
Meu sobrinho querido dormindo no quarto ao lado...
Sua sinceridade de criança.
Sua magia, que com um abraço apertado e gostoso faz meu Pássaro da Alma fazer ruídos no meu peito nos dias cinzentos...
Organizando as gavetas...
Esquecendo das gavetas de baixo...
Serenando minha alma...
Reservando a gaveta mais de cima para os mais doces momentos!
E sempre!
Sempre lembrando de deixá-la aberta...


"... amor será dar de presente um ao outro a própria solidão?
Pois é a coisa mais sublime que se pode dar de si."


Clarice Lispector



sábado, outubro 07, 2006

Bella

Bella,
como en la piedra fresca

del manantial, el agua

abre un ancho relámpago de espuma,

así es la sonrisa en tu rostro,

bella.

Bella,

de finas manos y delgados pies

como un caballito de plata,

andando, flor del mundo,

así te veo,
bella.

Bella,

con un nido de cobre enmarañado

en tu cabeza, un nido

color de miel sombría

donde mi corazón arde y reposa

bella.


Bella,

no te caben los ojos en la cara,

no te caben los ojos en la tierra.

Hay países, hay ríos
en tus ojos,
mi patria está en tus ojos,
yo camino por ellos,
ellos dan luz al mundo
por donde yo camino,
bella.

Bella,
tus senos son como dos panes hechos
de tierra cereal y luna de oro,
bella.

Bella,
tu cintura
la hizo mi brazo como un rio cuando
pasó mil años por tu dulce cuerpo,
bella.
Bella,
no hay nada como tus caderas,
tal vez la tierra tiene
em algún sitio oculto
la curva y el aroma de tu cuerpo,
tal vez en algún sitio,
bella.

Bella, mi bella,
tu voz, tu piel, tus uñas,
bella, mi bella,
tu ser, tu luz, tu sombra,
bella,
todo eso es mío, bella
todo eso es mío, mía,
cuando andas o reposas,
cuando cantas o duermes,
cuando sufres o sueñas,
siempre,
eres mía, mi bella,
siempre.

Pablo Neruda


Presente de um amigo...


sexta-feira, outubro 06, 2006

Declaração de Direitos

Tenho pleno e declarado direito
De andar por aí
Chutando pedras e assoviando canções de ninar
De rir para árvores e passarinhos
Apesar dos preceitos e preconceitos.

Tenho pleno e declarado direito
De escrever versos
Sem rimas, pontos ou vírgulas
No passo do tempo que passa
No ritmo da minha mão.

Tenho pleno e declarado direito
De buscar a calçada
Sentar no canto do espaço
E em um passo de dança, o futuro
De novo traçar.

Tenho pleno e declarado direito
De rabiscar traços de infância
Voltar o giro da roda
Ser capa de historinha
Juntar borboletas, verdes, azuis...

Tenho pleno e declarado direito
De viver sonhos
Na realidade de cada dia
De amar o amor
Independente de quem me amar.

Tenho pleno e declarado direito
De exercer
A minha liberdade
E escolher
A minha própria escravidão.

terça-feira, outubro 03, 2006


"... Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço..."

Tatuagem - Chico Buarque

segunda-feira, outubro 02, 2006

Cure For Pain

Acordei lembrando de um querido...
Espero que esteja bem.
Carinho.


Morphine - Cure For Pain

Where is the ritual
And tell me where where is the taste
Where is the sacrifice
And tell me where where is the faith
Someday there'll be a cure for pain
That's the day I throw my drugs away
When they find a cure for pain
Where is the cave
Where the wise woman went
And tell me where
Where's all that money that I spent
I propose a toast to my self control
You see it crawling helpless on the floor
Someday there'll be a cure for pain
That's the day I throw my drugs away
When they find a cure for pain
When they find a cure for pain
When they find a cure find a cure for pain