Asas
Sempre tive desejo de asas...
Me lembro quando li um texto do Álvaro Moreyra, livro antigo, sem capa, lembrança da juventude do meu pai...
Há tanto tempo!
Tinha 11 anos?
Acho que isso...
Era um livro de folhas amarelas, que abri ao acaso, (sempre gostei de começar alguns livros assim, ao acaso), em pé, no barracão do quintal...
"Mesmo se não fomos anjos (o que também não está provado) já tivemos asas. Há no prazer de olhar os pássaros voando entre o céu e a terra, uma sombra de saudade. Irmãos pássaros, irmãos livres, imagens de imagens... Quando o pensamento nos leva longe, nosso é todo o espaço..."
Saudade de asas...
Quem era aquele que escrevia estas palavras?
Naquele momento não sabia...
Não conhecia "Alvinho".
Que imaginava não ter chegado ao mundo pelo bico de uma cegonha,mas em um ramo de oliveira.
Queria voltar como um burrinho (se fosse nascer de novo), o burrinho do poeta Guerra Junqueira...
Dizia sofrer de diabetes na alma e não se interessar pela lua mas pelo luar.
Também achava que quando a gente fala a verdade dá sempre a impressão de que está brincando e que o céu de Carlitos era muito mais céu do que o de Santo Tomaz de Aquino...
Álvaro Moreyra.
Redator do semanário Fon-Fon!, do Rio, quando era leitura certa de um jovem Drummond.
Drummond que sempre encantou meu pai (correspondentes que se conheceram através de um caderno de recortes de jornal)
Bom Despacho / Rio de Janeiro
Meu irmão leva Carlos no seu nome em homenagem a ele.
Não sabia nada disso!
Saudade de asas.
Era só o que importava...
Adorava as asas de anjo que usava nas coroações de maio.
As asas de arame dos teatros infantis.
As asas dos passarinhos que invadiam, no fim da tarde, a árvore grande da praça.
Desejo de asas...
Há pouco tempo pensava em guardar minhas costas para um grande par de asas.
Veio a linha.
O duplo e uno.
Linha negra que percorre a coluna.
Quando estava me "cortando" ao meio falei do meu desejo.
- Sempre quis asas, só não sei quais seriam as minhas.
-"Quem sabe uma asa de anjo de um lado e outra de morcego do outro? Super duplo, geminiano."
Um amigo sugeriu asas de borboletas.
Grandes asas coloridas de borboleta.
Pra quem tem orelhas de fada...
Não sei.
Só sei deste desejo.
Só sei desta saudade, que não sei de onde vem.
Quem sabe Álvaro Moreyra estava certo?
Às vezes penso que ainda as temos.
Guardadas por algum motivo...
É preciso ter asas quem tem desejo de abismos.
Me lembro quando li um texto do Álvaro Moreyra, livro antigo, sem capa, lembrança da juventude do meu pai...
Há tanto tempo!
Tinha 11 anos?
Acho que isso...
Era um livro de folhas amarelas, que abri ao acaso, (sempre gostei de começar alguns livros assim, ao acaso), em pé, no barracão do quintal...
"Mesmo se não fomos anjos (o que também não está provado) já tivemos asas. Há no prazer de olhar os pássaros voando entre o céu e a terra, uma sombra de saudade. Irmãos pássaros, irmãos livres, imagens de imagens... Quando o pensamento nos leva longe, nosso é todo o espaço..."
Saudade de asas...
Quem era aquele que escrevia estas palavras?
Naquele momento não sabia...
Não conhecia "Alvinho".
Que imaginava não ter chegado ao mundo pelo bico de uma cegonha,mas em um ramo de oliveira.
Queria voltar como um burrinho (se fosse nascer de novo), o burrinho do poeta Guerra Junqueira...
Dizia sofrer de diabetes na alma e não se interessar pela lua mas pelo luar.
Também achava que quando a gente fala a verdade dá sempre a impressão de que está brincando e que o céu de Carlitos era muito mais céu do que o de Santo Tomaz de Aquino...
Álvaro Moreyra.
Redator do semanário Fon-Fon!, do Rio, quando era leitura certa de um jovem Drummond.
Drummond que sempre encantou meu pai (correspondentes que se conheceram através de um caderno de recortes de jornal)
Bom Despacho / Rio de Janeiro
Meu irmão leva Carlos no seu nome em homenagem a ele.
Não sabia nada disso!
Saudade de asas.
Era só o que importava...
Adorava as asas de anjo que usava nas coroações de maio.
As asas de arame dos teatros infantis.
As asas dos passarinhos que invadiam, no fim da tarde, a árvore grande da praça.
Desejo de asas...
Há pouco tempo pensava em guardar minhas costas para um grande par de asas.
Veio a linha.
O duplo e uno.
Linha negra que percorre a coluna.
Quando estava me "cortando" ao meio falei do meu desejo.
- Sempre quis asas, só não sei quais seriam as minhas.
-"Quem sabe uma asa de anjo de um lado e outra de morcego do outro? Super duplo, geminiano."
Um amigo sugeriu asas de borboletas.
Grandes asas coloridas de borboleta.
Pra quem tem orelhas de fada...
Não sei.
Só sei deste desejo.
Só sei desta saudade, que não sei de onde vem.
Quem sabe Álvaro Moreyra estava certo?
Às vezes penso que ainda as temos.
Guardadas por algum motivo...
É preciso ter asas quem tem desejo de abismos.
2 Comments:
Quem sabe asas negras, de anjo.
Doce fada de encantamentos avassaladores.
Algumas vezes brisa outras tempestade.
Postar um comentário
<< Home