quinta-feira, janeiro 25, 2007

Babel

Minha tarde hoje foi, no mínimo, especial!
Fui assistir Babel. O último filme do diretor mexicano Alejandro Gonzales (diretor de Amores Brutos e 21 Gramas).
A definição de um filme "necessário" feito por um querido é simplesmente perfeita!
Quem não assistiu ainda assista, e quem já assistiu vá ver de novo e de novo (aliás, é uma aquisição certa pra minha "coleção" de filmes em DVD).
Sei que deveria estar completamente envolvida com o projeto que tenho que entregar até o fim do mês, mas foi impossível não parar pra "externizar" (pelo menos um pouquinho) minhas impressões sobre Babel.
O título do filme, claro, nos remete à lendária Torre de Babel. Uma construção enorme, na antiga Babilônia, que um dia, penetrando o céu, permitiria aos homens alcançá-lo. Diz a lenda que Deus, irritado com a pretenção humana, resolve intervir e faz com que os homens comecem a falar em línguas diferentes. Sem conseguirem mais se entender não concluem a obra. Os desentendimentos são tantos que cada grupo parte então para um canto da terra e as diferentes línguas separariam a humanidade desde então.
Na "Babel" de Alejandro essa dificuldade de comunição vai além das barreiras linguísticas. Existem barreiras culturais, barreiras pessoais...
Ele nos joga na cara nossa incapacidade ou no mínimo dificuldade de expressão e comunicação num nível fundamental...
Estamos cada vez mais surdos e essa surdez ultrapassa o simples ouvir.
Apesar das fronteiras físicas parecerem cada vez mais tênues com o processo de globalização, com as tecnologias de comunicação, nossas "fronteiras internas", "fronteiras de alma" parecem cada vez mais delimitadas.
O diferente é perigoso. O diferente é incompreendido...
Lindo!
De uma beleza que dói...
Além de todas as questões de dificuldade de comunicação, compreensão, entendimento abordadas no filme, ele tem cenas de uma intensidade, de uma carga emocional, que nos faz parar de respirar!

Roteiro, direção, fotografia, trilha sonora, tudo!

"... Proporciona uma vertigem de emoções."

(As palavras não são minhas, mas...)
Maravilhoso, intenso, tocante!
Me arrepio e emociono só de lembrar...
Como nos outros filmes deste diretor, existe um enredar de tramas numa "tapeçaria" cinematográfica. Ele tece uma história de histórias que se interligam.

(Teoria do Caos?)
Marrocos, Estados Unidos, México e Japão se cruzam.
A variedade de cidades (posso dizer mesmo de países, continentes) que se tocam através do que, no primeiro momento, parece um fato isolado, uma fatalidade decorrente de uma "brincadeira" de meninos, nos dá uma sensação de que o mundo todo é muito próximo...
Somos todos seres humanos...
Paradoxal.
Em um mesmo filme o que nos separa e o que nos aproxima...

Chega de "tentar" falar qualquer coisa!
Assistam!!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Tô "chapado" até agora com Babel. Tô ficando até chato de tanto que recomendo-o para os outros.

Quanto à sobremesa dos deuses...
conheci Santo André no final da década de 80, voltei lá em 94 e foi difícil decidir se moraria lá ou em Ajuda. Ajuda venceu por pouco. Fiquei 5 meses perambulando entre Ajuda, Trancoso, Santo André e Caraíva.
Na época ainda não tinha o Casa Praia. Talvez se existisse, Santo andré teria me prendido.
Tempo bom que não volta nunca mais (como as águas do Rio João de Tiba)...

12:38 PM, janeiro 27, 2007  

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