quinta-feira, janeiro 18, 2007

05/01/2007

A manhã acordou cinza e eu acordei mais cinza que a manhã.
Estranho acordar tão cinza aqui!
Ainda mais sem nenhum motivo.
Talvez a lua fantasmagórica de ontem a caminho de casa.
Quem sabe a sensação clara de ter sonhado intensamente durante toda a noite e não conseguir de nada lembrar.
Presságio que não cumpriu seu papel...
Não sei dizer.
Só sei do desejo de me encaramujar.
Desejo forte que me prende mais tempo dentro do quarto, até que o barulho do dia me faz levantar.
Risadas de crianças brincando, algum barulho de bola distante, ruídos que não consigo identificar muito bem mas que parecem coloridos.
O dia não pode estar tão cinza mais!
A água percorre o corpo.
Gosto da sensação logo depois de acordar.
Corpo seco, protetor em toda pele, visto o biquini, uma roupa leve sobre ele e saio.
O mesmo caminho que tenho feito todas as manhãs.
1h, 1h e 30min caminhando na praia.
Vento no rosto...
Tão bom! Principalmente com os cabelos soltos.
O barulho do mar.
A espuma branca.
As ondas que vêm lamber os pés, as pernas.
Hoje, mais que nos outros dias, uma solidão plena.
Uma liberdade que não sei bem como usar em alguns momentos, mas que aqui me extasia, me assume e eu a assumo.
Chove e eu pareço chover junto.
Me misturando com o mar, a areia.
Me misturando com o vento...
Volto pra casa com mais cores que todas as cores das minhas caixas de lápis de cor...